Tomando como ponto de partida o método teológico desenvolvido e parcialmente esboçado pelo Concílio Vaticano II, este livro aborda três pressupostos epistemológicos fundamentais do fazer teológico: 1) o assunto da teologia;
2) o caráter práxico da teologia; 3) a dimensão e o lugar sociais da teologia, bem como sua relação com as ciências sociais.
Diante de compreensões predominantemente “intelectualistas” do fazer teológico, centradas nas ideias, no diálogo cultural e na lógica discursiva, a obra insiste no caráter fundamentalmente “práxico” da teologia, focada na realidade que procura inteligir e em sua realização histórica, isto é, na busca de mediações concretas de sua efetivação.
Assumir de modo consciente e consequente esse caráter e essa orientação práxico-sociais da teologia torna o fazer teológico mais consistente do ponto de vista teórico e mais relevante do ponto de vista histórico. Afinal de contas, a teologia é uma teoria da salvação ou do reinado de Deus. Enquanto tal, está inserida no processo de sua realização histórica – é parte desse processo e está a seu serviço – e, neste sentido, interfere nos processos históricos, constituindo-se boa notícia, em primeiro lugar, para os destinatários privilegiados da salvação: os pobres e marginalizados deste mundo.