Desde o início do novo milênio tem havido incentivos do governo federal na retomada da expansão do complexo agroindustrial sucroalcooleiro no Brasil, em estados tradicionais, como São Paulo e, também em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. O resultado foi o ressurgimento de vários debates e análises na construção de novas políticas de estruturas de governança entre os agentes neste complexo. O objetivo deste livro foi identificar e caracterizar as principais estruturas de governança no complexo agroindustrial goiano. Os resultados apontaram que em Goiás existem territórios canavieiros analisados sob a metodologia de clusters espaciais. Constatou-se que tal aglomeração de municípios está organizada basicamente sob as estruturas de governança de integração vertical para trás (área própria e/ou arrendamento de terras) e integração horizontal (usinas e fornecedores de cana-de-açúcar). Na maioria dos municípios goianos, de menor organização social e cooperativa tem prevalecido à integração vertical para trás, com características da aquisição ou do arrendamento da terra pela usina, com consequências de concentração fundiária, tendências do menor dinamismo do comércio e a perda de vínculo do produtor com a terra. Entretanto, o Consecana tem sido um importante mecanismo de autogovernança para dirimir os conflitos no complexo agroindustrial sucroalcooleiro goiano, embora este elimine totalmente as divergências existentes entre os agentes, sendo importante a presença das instituições de representação de interesses para a conformação das estruturas de governança no estado.