Neste cenário de turbulências econômicas globais, as teorias de Karl Marx ganharam força. No aniversário de 160 anos da publicação do Manifesto comunista, em 2008, o New York Times chegou a afirmar que “o patrimônio de Marx ressurge depois de 150 anos” e no auge da crise o jornal britânico Times disparou “ele voltou”. O leitor de Marx, organizado por José Paulo Netto, resgata as proféticas ideias do pensador alemão, tão em voga atualmente, ao apresentar um rico panorama da reflexão marxiana. “(...) na entrada do século XXI, a barbarização da vida social em nossas sociedades, a insustentabilidade (também ecológica) do padrão de crescimento capitalista, a reiteração das crises econômicas, o aprofundamento das desigualdades e a agudização exponenciada e planetária da ‘questão social’ fazem Marx retornar ao palco da história no calor da hora. Nada indica que este senhor sairá de cena tão cedo”, afirma o Netto. Intelectuais de várias gerações pautaram suas reflexões inspirados em Marx e milhões de homens e mulheres, nos mais diversos quadrantes, protagonizaram combates e experiências em nome de suas ideias – ou de ideias a ele atribuídas, uma vez que seu legado foi objeto de múltiplas interpretações, vulgarizações e deformações. Para além da visão da grande imprensa e dos variáveis humores ideológicos, o que se revela indiscutível é que a obra de Karl Marx, por sua significação teórica, é uma referência na cultura ocidental e, por seu impacto sócio-histórico, tem relevância universal.