Mistérios há muito circundam o mito do Santo Graal, as aventuras dos bravos Cavaleiros da Távola Redonda e as vidas do Rei Arthur. Deste último, tanto a existência que viveu em Camelot, à espera do vaticínio de que Galaad retornaria com o Graal, como a futura, em que governará um reino de justiça, paz e prosperidade, retornando de sua condição encantada em Avalon. No entanto, os mistérios não são tão esotéricos quanto se poderia aventar à primeira vista. Por certo, há um fascínio em se aprofundar nas narrativas tão longevas da Matéria da Bretanha, a que um trovador célebre de Arras, Jean Bodel (1165-1210) refere-se, na Canção dos Saxões (c.1200): les contes de Bretagne sont si vains et si plaisants (“os contos da Bretanha são tão vãos e tão agradáveis). “Agradáveis”, sem sombra de dúvida, se estivermos atentos a uma escrita incipiente, ainda muito vinculada à oralidade, que dela voltará a se nutrir para outras tantas narrativas orais. “Vãos”, de forma alguma. São historiográficos, por excelência, os mistérios que rondam a Matéria da Bretanha, constituindo uma via privilegiada de acesso a mistérios maiores, quais sejam, os eixos estruturantes dos imaginários medievais na longa duração. Por trás de todos eles, o sacramento. Elemento analógico que singulariza e codifica os imaginários medievais enquanto sistemas semiológicos, responsável, assim pensamos, por seu verdadeiro transfundo de sentido. É nesta perspectiva que se estuda a gramática mitológica do Cristianismo medieval e se parte em demanda pela função social dos historiadores: produzir inteligibilidade sistêmica sobre a sociedade.
Código: |
26772 |
EAN: |
9786558682868 |
Peso (kg): |
1,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
3,18 |
Especificação |
Autor |
Achille Mbembe |
Editora |
EDITORA CRV |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
2 |