As memórias de Mario Prata, com humor e ternura
“Com toques de incrível humor e comovente ternura, Mario Prata nos faz rir e chorar com suas memórias contadas de um jeito absolutamente extraordinário. Um resgate muito pessoal de um período do nosso país, em especial da nossa vida cultural. É como se estivesse nos contando sua história e a do Brasil numa mesa de bar. Tomando Cuba Libre.”
Assim o editor da Geração Editorial, Luiz Fernando Emediato, apresenta o novo livro de Mario Prata, autor de muitos bestsellers, como “Diário de um Magro” e o recente “O drible da vaca”.
Mario escreveu 10 peças de teatro, seis telenovelas, cinco séries, mais de três mil crônicas, sete roteiros de cinema, 23 livros e está em seis antologias de crônicas. Foi premiado no Brasil e no exterior (Cuba, Uruguai, Espanha, Portugal, Colômbia e Inglaterra). Em 2022, foi semifinalista do Prêmio Jabuti e finalista do Oceanos (ficou entre os dez melhores romances de nove países de língua portuguesa, com o livro “O drible da vaca”). Como jornalista, trabalhou na Gazeta de Lins, O Pasquim, Última Hora, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Isto É, Planeta, Careta e Playboy.
Em seu novo livro, “Pelo buraco da fechadura: vi um baile de debutantes”, Mario Prata diz ter feito uma “quase biografia”, na qual conta casos vividos ao longo de sete décadas.
Com a palavra o filho Antonio Prata, que assina o prefácio. "Meu pai é a pessoa mais engraçada que existe”. E continua: “Com meu pai, aprendi desde cedo que a literatura não é um evento chique ao qual devemos comparecer de terno e gravata. É um encontro ao qual podemos ir com a roupa e a atitude do momento, sem afetação. A literatura do meu pai trata, como diria o grande Antonio Cândido, da “vida ao rés do chão”. A minha também – e sou grato a ele por me dar esta chave.”
E continua: “Ler este livro é ouvir meu pai falando. É vê-lo em diversos momentos da vida pelo buraco da fechadura. Aqui estão todas as histórias que eu cresci escutando. As tias papudinhas de Uberaba. A infância em Lins. O colégio “dos padre”. A vinda pra São Paulo. Seus encontros com pessoas incríveis, famosas ou não.”
Pelo livro passam familiares (ascendentes e descendentes), amigos, atores, atrizes, diretores de TV e cinema, intelectuais, músicos, políticos, censores da ditadura militar, uma galeria de personagens descritos de forma original e humana.
Para a escritora Cassia Janeiro, “trata-se de um livro de memórias esparsas, sem compromisso com a linearidade. Cada peça, por si, constitui uma narrativa independente, mas, consideradas no todo, formam um mosaico sensível e humano de um contexto histórico que foi efetivamente vivido pelo narrador. Não é, portanto, um relato objetivo, mas um enredo difícil de largar, justamente pelo seu conteúdo e olhar humano.”
Orelha do livro por Maria Prata
Com esta orelha aqui, somam-se nove na criação deste livro: um par do meu pai, o autor; outro do Pedro, meu irmão que assina a foto dele; mais um do Antonio, o irmão do prefácio; as minhas duas, claro; e essa, de papel, mesmo, que você tem em mãos. Estou aqui contando orelhas porque é a primeira vez que meu pai junta os filhos para estarem com ele em um livro. E faz todo o sentido, uma vez que o livro são as memórias dele. E que memórias! Meu pai, assim como grande parte da família Prata, é um exímio contador de histórias. Passei parte da vida, portanto, ouvindo muitas das que estão aqui - e outra parte vivendo algumas delas. Desde que me entendo por gente, quando estou com meu pai, uma cena se repete: ele sentado, falando, falando, e um tanto de gente em volta, atenta.
E gargalhadas. Este livro é como ter meu pai nas mãos. Ele, aqui comigo, com você, contando essas histórias. Mas agora, além de fazer você gargalhar, também vai surpreendê-lo, relembrar, aprender e até mesmo fazê-lo chorar, quem sabe? O livro tem histórias incríveis, que falam com todo mundo - a da batalha da Maria Antonia e outros momentos da ditadura, por exemplo.
Mas muitas outras, bastante pessoais, que não interessariam a ninguém não fosse o faro fino que o autor tem para entender o que nasce para ser contado – se bem contado, claro. E isso ele faz como ninguém. Poder ter Mario Prata te contando histórias assim, ao pé da (ih, mais uma) orelha, é privilégio. Boa leitura!