Pobres livres nos sertões do sul de Mato Grosso apresenta sua contribuição para os estudos do sul de Mato Grosso no século XIX, indo além dos “pioneiros” e tratando dos pobres livres no processo de ocupação desse espaço, das características e limites das categorias camaradas e agregados que acompanharam migrantes não índios a partir dos anos 1820, abordando, ainda, a condição dos Cayapó, analisando os limites e obstáculos à sua liberdade e suas estratégias de resistência frente à exploração. A abordagem das fontes é construída procurando dar visibilidade, nomes e perfis, a fim de aproximar o leitor dos modos de vida desses sujeitos, ressaltando a complexidade das relações sociais e a impossibilidade de estabelecer categorias estáticas. Ao longo do texto, Sant’Anna do Paranahyba vai se desvelando como um cenário em que estes sujeitos viveram, trabalharam e confrontaram-se com a ordem estabelecida, apresentando, assim, uma possibilidade de leitura do sul de Mato Grosso, especialmente da parte de sua história que coube à sua gente comum.