Neste livro, o leitor habituado a identificar a trajetória da moderna poesia com a contínua e infindável história de seu declínio poderá entender um pouco melhor a particularidade do tema e da estrutura da “crise”. Reivindicada em tom desiludido ou reciclada como estratégia de entusiasmo renovador, a crise é um dos elementos fundantes da experiência moderna. A despeito do atalho crítico que pretende denunciar como “contradição” o paradoxo formalizado pelo poema, interessa ao autor reconhecer que otopos da crise comporta um modo de entendimento do real que toma forma historicamente singular dentro do discurso poético e que tem um papel, por assim dizer, fundador. Profanadora e “sacrificial”, distante do lugar-comum nefelibata a que é submetida por alguns discursos das ciências humanas, a poesia nomeia o desajuste sem fugir de suas contradições, ao contrário, fazendo dessas contradições ao mesmo tempo o elemento no qual se realiza e no qual naufraga tal nomeação. Se há um heroísmo moderno, este não é meramente nostálgico, ou messiânico, tampouco simplesmente programático, dialético ou experimental. Marcos Siscar é professor da Unicamp, tradutor e poeta. Sua tese de doutorado (), defendida na Universidade de Paris 8, foi publicada em 1998 (L’Harmattan). Desenvolveu estudos de pós-doutorado sobre Baudelaire e Mallarmé, com a supervisão de Jacques Derrida e Michel Deguy. Tem publicado trabalhos sobre temas relacionados à poesia moderna e contemporânea. Como tradutor, publicou obras de Tristan Corbière (Iluminuras, 1996), Michel Deguy e Jacques Roubaud (Cosac Naify, 2004 e 2006), entre outras.
Código: |
140109 |
EAN: |
9788526809123 |
Peso (kg): |
0,560 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Marcos Siscar |
Editora |
UNICAMP |
Ano Edição |
2011 |
Número Edição |
1 |