morri
como pode
o outro mundo
este mesmo
aqui
se
eu
morto
por aí
sem saber
se
vivi
?
Inspirada musa que tosse, tosse, tosse na pandemia
No livro eu, morto, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, apontado pela crítica como um dos importantes nomes da literatura atual, mergulha em si e na perversa realidade brasileira. Em outras palavras, aprofunda-se na pandemia para respirar com redobrado vigor, sopro de uma consciência que se quer plena, à tona do cotidiano e da história do país.
Vivo-morto, dramatiza a condição que Brás Cubas rejeitara de modo singular: é somente um autor defunto, tanto quanto seriam antecipados defuntos os brasileiros expulsos da vida cidadã. Para esse deslocado autor-personagem, o isolamento não se dá nos dias contados da epidemia, senão como processo que repete a quarentena de uma prisão limítrofe da pele, e, ainda, o confinamento a céu aberto em país de graves desigualdades.
O livro, entretanto, não é mero inventário de desgraças subjetivas e sociais. Em cada poema, percebe-se a força gaiata e revolucionária que boa parte do povo - ou, mais precisamente, a parte boa do povo - carrega, impondo-se na voz de um Mano Brow que, aos poucos, pela força da cultura popular, emudeceria o próprio Mozart.
Em suma, o livro eu, morto é e não é obra de circunstância, porque moldada pela história, réquiem inacabado de brasileiros vivinhos da Silva.
Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, pela Iluminuras, publicou o romance as visitas que hoje estamos.
Código: |
82164 |
EAN: |
9786555190564 |
Peso (kg): |
0,200 |
Altura (cm): |
14,00 |
Largura (cm): |
21,00 |
Espessura (cm): |
4,00 |
Especificação |
Autor |
Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira |
Editora |
ILUMINURAS |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |