Compreender as juventudes em suas múltiplas manifestações constitui-se numa necessidade da escola para que esta se concretize como veículo de inclusão social. Visando adentrar nesta temática, este estudo teve como objetivo analisar ações de duas instituições educativas que atendiam jovens em “situação de risco”, com o intuito de perceber elementos de inclusão. Para tanto, procurou, através de uma pesquisa de natureza qualitativa, captar representações sociais de funcionários destas instituições sobre os jovens por elas atendidos e destes sobre as escolas frequentadas por eles no percurso de sua escolarização. O estudo revisitou, de forma breve, a história do Brasil para compreender como se produziram duas visões de infância e de juventude: uma de criança e outra de menor. Em seguida, traçou o perfil dos jovens envolvidos na pesquisa destacando aspectos ligados à situação familiar, escolar e econômica, bem como a ocupação do tempo livre e expectativas de futuro. Ao identificar as representações sociais dos funcionários destas instituições, o estudo apontou que há relações tanto entre a forma como os funcionários representam os alunos e as atitudes tomadas em relação a eles, bem como entre estas representações e aspectos que estes funcionários consideram como inclusivos na prática educativa destas instituições. Com relação aos alunos, o estudo apontou que estes representavam as escolas por eles frequentadas de forma positiva, pois as concebem como local onde se preparam intelectualmente e para o mercado de trabalho, atribuindo à escola formal uma função redentora e protetora. Dessa forma, o estudo ajuda a desmistificar ideias preconcebidas sobre o lugar que a escola ocupa nas expectativas de grupos historicamente excluídos das instituições educativas.