Em tempos nos quais a adolescência é cultuada com a imagem da eterna juventude, do descompromisso e da beleza fugaz, surge, na contramão dessa perspectiva hedonista, a figura do Mal, associada à juventude em crise, transviada, desvairada, vândala, violenta. Imagens que unificam diferenças irredutíveis entre cada adolescente na experiência da travessia para a vida adulta. A adolescência não é um conceito, nem uma fase, ela é uma construção histórica, variável culturalmente, criada para tratar de um dos maiores embaraços da vida do ser falante: a sexualidade (Freud, 1905). Assim, se, por um lado, a adolescência nomeia o encontro com a dimensão traumática, porque inapreensível pela linguagem, do sexual (Lacan, 1974); por outro, ela assinala a passagem de um ser cuidado pelo outro para um sujeito autônomo e produtivo. Ela desenha e testemunha outro encontro, também difícil, do adolescente com o campo social e toda sua estrutura econômica, social e política que ganha, discursivamente na atualidade, o desejo de dominação na forma objetiva do consumismo, das estatísticas, do cientificismo e da segregação. Quando o estado de exceção se torna a regra e as soluções de emergência, a rotina, como nos adverte Agamben (2008), deparamo-nos com nova impossibilidade: a do corpo ser totalmente recoberto pela política na cena da cidade. Diante desses dois impossíveis, o sexual e o político, na experiência da adolescência em conflito com a lei, colocamos a Psicanálise em sua interface com o Direito, a trabalho neste livro. Discutindo especialmente a temática da infração, optamos por tomar em análise não apenas a perspectiva do jovem, mas implicar todo o sistema de dispositivos, constituído em seu entorno, para pensar suas possibilidades de construção de novos projetos de vida.
Código: |
26855 |
EAN: |
9788544405406 |
Peso (kg): |
0,370 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
Andréa Máris Campos Guerra |
Editora |
EDITORA CRV |
Número Edição |
1 |