João Paulo II surpreende mais uma vez a Igreja propondo que o 25° ano de seu pontificado, de outubro de 2002 a outubro de 2003, seja consagrado ao Rosário. Vai ainda mais longe, introduzindo os mistérios luminosos entre os gozosos e dolorosos, formando um quarto terço com os mistérios gloriosos.Mas esses são os aspectos mais visíveis da Carta Apostólica RVM. Sua leitura integral se impõe por pelo menos duas razões. Ela exprime o pensamento profundo do Papa, em continuidade com a Novo millenio ineunte e o documento Partir de Cristo, em que se propõe “um renovado compromisso da vida consagrada no terceiro milênio. Fica assim patente que o carisma de João Paulo II o leva a insistir no fato de que a vida profunda com Deus e a santidade devem ser nossas prioridades maiores, como cristãos, nesse milênio que começou com os grandes escândalos na Igreja dos Estados Unidos e com o gesto simbólico da violência, em 11 de setembro de 2001.Por outro lado, a visão que o Papa transmite do Rosário, como ele explica no detalhe, é de uma oração eminentemente contemplativa, voltada, não para Maria, mas para Jesus. No Rosário, colocamo-nos em companhia de Maria, na escola de Maria, para conhecer Jesus. Não apenas os seus ensinamentos, mas a profundidade de sua Pessoa, unindo-nos a ele no Espírito para levar até onde Deus nos chama, uma vida de perfeita fidelidade ao Pai. Documento pessoal e autêntico, verdadeiro testemunho de sua vida com Deus, a RVM é reveladora de quem realmente é João Paulo II.