Para alguns, a palavra apostolado pode soar desagradável. Traz à mente a figura de uma pessoa insistente, que procura de todos os modos difundir a sua crença. Alguém que mereceu o desabafo irritado do grande poeta português: “Vão para o diabo sem mim, ou deixem-me ir sozinho para o diabo: para que havemos de ir juntos?”. Como isso está longe da proposta de Jesus! A verdade é que o apostolado é uma consequência da nossa fé e da nossa relação com Deus. Se procuramos difundir entre nossos conhecidos o gosto por aquilo que consideramos bom (um filme, um livro, um lugar...), quanto mais não vamos querer que também eles se aproximem de Deus, que é o único bom (Mt 19, 17)? É frequente, porém, que esse desejo de comunicar a fé aos que estão ao nosso redor seja acompanhado por uma sensação de incapacidade. Sentimos medo de ser inoportunos ou incompreendidos, dificuldade de encontrar as palavras e o melhor momento para abordar algo tão íntimo...
São Josemaria Escrivá pregou incansavelmente a chamada de todo batizado a ser santo e a fazer um intenso apostolado no seu ambiente: “Deus quer que todos se salvem, e isso é um convite e uma responsabilidade que pesam sobre cada um de nós”, escreveu, já em sintonia com o que o Magistério da Igreja tem pedido a todos os cristãos. Apoiando-se nos seus escritos e sobretudo na sua espiritualidade, este livro propõe-se ajudar a vencer medos e desfazer preconceitos, mostrando um caminho para o cristão comum viver essa sua vocação ao apostolado, em casa, no trabalho, na escola ou universidade e em todas as situações em que Deus nos coloque.