Retrato Agridoce é uma mistura da palavra ácida com a açucarada, cada qual por sua vez. Há versos que merecem alguma reflexão, outros apenas o riso. Espero que o bom equilíbrio seja atingido com a obra. Se a leitura ficar séria demais volte--se para a brincadeira, para o infantil. Retrato Agridoce se propõe a ser literatura séria na mesma proporção que se propõe a ser brincadeira. Ou seja: zero vezes infinito. O livro é, ainda, um texto de culinária. Como escreveu (ou melhor, cozinhou) Rubem Alves: “...escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como acontece na eucaristia. Que as palavras desse livro possam ser degustadas devagar, ao seu tempo. Ora com sal, ora com açúcar.