O tema da segurança no domínio das relações internacionais tem emergido junto à crescente interdependência entre Estados, organizações e indivíduos devido à globalização econômica e à preocupação ambiental. Com o fim da ‘bipolaridade’ no sistema internacional, o foco passa a ser as ‘políticas nacionais’ que, na maioria das vezes, estão nas origens dos atuais conflitos. O estudo da segurança humana tem, desde os anos 80, tentado abarcar as diferentes facetas do conflito e da vulnerabilidade (étnica, social, ambiental, sanitária, econômica, alimentar, cultural) para responder de forma multidisciplinar em um domínio antes, dedicado exclusivamente ao uso da força por parte dos Estados. Nesse sentido, é uma nova forma de analisar a segurança no mundo, através de uma visão interdependente nos diferentes níveis de conflito e cooperação onde uma ação local repercute no sistema internacional. A Segurança Humana, como política, está vinculada ao bem-estar e à justiça para com as pessoas e os grupos sociais, antes que à ordem e à autoridade dos Estados. Defende o desenvolvimento local pautado na democracia e na justiça social na qual a comunidade internacional é responsável, em ultima instância, pela proteção das pessoas. O trabalho propõe, através da contribuição da Escola de Copenhague e dos Estudos Críticos de Segurança, a seguritização da comunicação entre o Estado e a sociedade e a desseguritização da relação entre os militares e os civis. Sem duvida, contribuindo para o avanço teórico e prático na área da política internacional porque vincula o plano internacional ao nível nacional e local, apontando perspectivas de ação.