"Os “clássicos”, aqueles volumes velhos e empoeirados que encontramos nas prateleiras, que a escola e o costume talvez nos tenham feito crer que são difíceis e chatos. Ora, mas não foi nem a escola nem o costume quem os tornou clássicos, e sim o seu poder perene de revelar ao humano o próprio humano.
“Tirando a poeira dos clássicos” revisita as obras de Homero, Virgílio e Dante, três grandes poetas épicos de importância capital. Fala, em primeiro lugar, do mundo em que suas obras foram escritas, pois, enraizados em sua época, esses autores a viveram e representaram. Mostra, em seguida, de que modo esses gênios reagiram sobre o seu tempo e o moldaram, influenciando-o decisivamente. E revela, por fim, como esses três poetas formam um interessante “cenáculo literário”, em que cada um propõe a sua versão do humano, continuando, respondendo ou se contrapondo ao seu predecessor.
Desses diálogos, entre as obras e sua época e entre os poetas entre si, Gerardo Vidal Guzmán faz emergir um terceiro, e o mais importante: aquele que nós, homens de hoje, podemos estabelecer com esses tesouros seculares, nos quais vemos desfilarem desafios, fraquezas e heroísmos nos quais nos reconhecemos. E não é essa a essência de um clássico? Continuamos a lê-los porque podemos nos ver refletidos neles.
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