"Em termos de propósitos, há três momentos na história do projeto da Transposição. O primeiro diz respeito ao Brasil Império, época em que o projeto era visto como uma forma de “combater” a seca no Estado do Ceará, onde esse fenômeno climatológico matava aos milhares, principalmente pela impossibilidade de a população deslocada alcançar as fontes de água a tempo, pois não havia estradas nem meios de transporte, como passaria a existir a partir do início do século XX. O segundo momento ocorre ao longo do século XX e tem, nas versões das décadas de 1980 (1.a versão) e de 1990 (3.a versão) do projeto, a sua expressão concreta de uma obra voltada para a irrigação, embora os abastecimentos humano e animal estivessem considerados no rol de demandas a serem atendidas. O terceiro momento distingue-se pela mudança da forma operativa, ou seja, pela maneira como passa a funcionar o projeto, priorizando-se, de maneira absoluta, o abastecimento humano e convertendo-se a Transposição — essa conexão entre o Semiárido Setentrional e uma fonte hídrica segura — em um instrumento de gestão de recursos hídricos nas bacias receptoras. Nessa nova forma de operar a Transposição, a transferência de água para fins de desenvolvimento regional (irrigação, aquicultura, etc.) está condicionada à ocorrência de cheias no São Francisco, embora os 26,4 m³/s incondicionais possam ser usados para esses fins, enquanto o horizonte de consumo dessa vazão não seja alcançado."  "A minha experiência de trabalho na Transposição ao longo dos governos Itamar Franco e FHC contrastaria tanto com a que tive no governo Lula, que me leva a concluir — não sem certa tristeza — que os grandes projetos de importância para o Nordeste, para saírem do papel, exigem do líder uma identidade que é quase um tipo especial de sensibilidade humanística, apenas adquirível quando compartilha da mesma miséria, se livra, por um milagre, do determinismo social e alcança uma posição que lhe confere o poder de tentar mudar essa realidade."
              
                
                  | Código: | 190211 | 
                
                  | EAN: | 9789895229956 | 
                
                  | Peso (kg): | 0,200 | 
                
                  | Altura (cm): | 22,00 | 
                
                  | Largura (cm): | 14,00 | 
                
                  | Espessura (cm): | 2,00 | 
              
             			
                        
              
                                
                  
                    | Especificação | 
                
                
                                
                  | Autor | Francisco Jácome Sarmento | 
                                
                  | Editora | CHIADO EDITORA | 
                                
                  | Ano Edição | 2018 | 
                                
                  | Número Edição | 1 |