“Como eu adoraria ter escrito este livro! O texto de Julie Buxbaum é leve, irônico, ácido, esperto, engraçado, preciso e deliciosamente irresistível. De tão envolvente e despretensiosa, a história de Jessie (e sua vida numa escola nova e numa cidade nova, beeeem longe da sua) é como um ímã para os olhos: simplesmente não dá para parar de ler.” – Thalita Rebouças, autora de Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática “Este é um daqueles livros que você sempre quis ler. Não é só mais uma comédia adolescente, mas uma história sobre pessoas, mudanças, amizade, família, tatuagens não feitas, segredos e waffles. É uma jornada fascinante sobre crescer e transformar relacionamentos em poesia, não importa quem você seja.” – Babi Dewet, autora de Sábado à noite Setecentos e trinta e três dias depois da morte da minha mãe, 45 dias após o meu pai fugir para se encontrar com uma estranha que ele conheceu pela internet, 30 dias depois de a gente se mudar para a Califórnia e apenas sete dias após começar o primeiro ano do ensino médio numa escola nova onde conheço aproximadamente ninguém, chega um e-mail. Deveria ser no mínimo esquisito, uma mensagem anônima aparecer do nada na minha caixa de entrada, assinada com o bizarro nome Alguém Ninguém. Só que nos últimos tempos a minha vida tem estado tão irreconhecível que nada mais parece chocante... **** tenho observado você no colégio. não de modo doentio, mas agora me pergunto: será que o simples fato de eu ter usado a palavra “doentio”, por definição, me torna doentio? de qualquer forma, acontece que... você me intriga. já deve ter notado que a nossa escola é um mundo vasto de Barbies e Kens, quase todos louros e de olhos vazios, e alguma coisa em você – no seu jeito de andar, falar e na verdade não falar, apenas observar a todos nós como se fizéssemos parte de um documentário bizarro do National Geographic – me faz pensar que você pode ser diferente de todos os idiotas da escola. eu fico com vontade de saber o que se passa nessa sua cabeça. vou ser sincero: não costumo me interessar pelo que há na cabeça dos outros. a minha já dá trabalho suficiente. o objetivo deste e-mail é oferecer meus conhecimentos. desculpe ser o portador de más notícias: não é fácil se orientar nos territórios ermos do colégio Wood Valley. o lugar pode parecer caloroso e receptivo, com a ioga, a meditação, os cantinhos de leitura e o carrinho de café (desculpe: o Karrinho de Kafé), mas, como todos os outros colégios do ensino médio (ou de um jeito até pior), é uma droga de uma zona de guerra. por isso me ofereço como o seu guia espiritual virtual. sinta-se livre para fazer qualquer pergunta (a não ser, claro, sobre a minha identidade), e vou me esforçar ao máximo para responder a você: com quem fazer amizade (lista curta), de quem manter distância (lista maior), por que não se deve comer o hambúrguer vegetariano do refeitório (longa história, você nem vai querer saber), como tirar 10 na prova da Sra. Stewart e por que você nunca deve se sentar perto do Ken Abernathy (problema de flatulência). ah, e tenha cuidado na aula de educação física. o Sr. Shackleman faz todas as garotas bonitas darem voltas extras pela quadra para poder olhar a bunda delas. parece informação suficiente por enquanto. e, só para constar, bem-vinda à selva. atenciosamente, Alguém Ninguém